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    hiperplasia gengival

    Idoso com hiperplasia gengival associada a medicamentos e traumas oclusais

    É muito comum nos depararmos com idosos que apresentam hiperplasia gengival caracterizada pelo crescimento excessivo dos tecidos da gengiva (figura 1), podendo até cobrir os dentes.

     

    hiperplasia gengival

    Figura 1 – Hiperplasia gengival

     

    Sabemos que o trauma oclusal combinado com outros fatores, como por exemplo, alguns medicamentos, contribuem para o surgimento da doença periodontal. É interessante observar que nesses casos também há presença de placa bacteriana que pode desencadear a hiperplasia gengival. A doença é iniciada com uma inflamação de baixa intensidade e longa duração.

    Desta forma, a hiperplasia gengival pode surgir de uma combinação de fatores e nem sempre de um mecanismo isolado.

     

    Medicamentos

    Vários medicamentos podem ter como efeito colateral a hiperplasia gengival.

    • Anticonvulsivante: fenitoína
    • Imunossupressor: ciclosporina
    • Antihipertensivos: bloqueadores de canais de cálcio: mais comumente nifedipina, diltiazem, verapamil e anlodipina, além de relatos de caso com nitrendipina e nicardipina.

     

    A presença de placa bacteriana associada ao uso contínuo de medicamentos incriminados aumenta a probabilidade de encontrarmos hiperplasias gengivais. Ela ocorre geralmente 1 a 2 meses após o início da administração dos medicamentos.

    A região mais frequentemente acometida é a gengiva vestibular dos dentes anteriores. Os idosos normalmente relatam dor, sangramento gengival e dificuldade de mastigação. Muitas vezes, mesmo com a substituição da droga, há a necessidade de remoção cirúrgica da hiperplasia.

    A hiperplasia associada a medicamentos está presente em idosos dentados, portanto, o minucioso controle de placa bacteriana é necessário para prevenir recorrência das lesões. Este controle deve ser realizado em casa pelo próprio paciente ou cuidadores, utilizando fio dental e escova dental sempre após as refeições. Além disso, as visitas ao dentista devem ser de 6 em 6 meses para controle de placa e tártaro. As consultas periódicas são fundamentais para a boa saúde bucal do idoso, assim como do organismo em geral.

     

     

     

    Leitura recomendada:

    • GUIMARÃES JUNIOR, J. Hiperplasia gengival medicamentosa: parte I. Journal of Epilepsy and Clinical Neurophysiology, 13, n. 1, p. 33-36, 2007.
    • SANTOS, M. A. D.; MONTANO, T. C. P.; CARVALHO, C. M. D. A. D.; NEVES, I. L. I. et al. Manifestações bucais decorrentes do uso de medicamentos anti-hipertensivos. Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo, 17, n. 2,supl.A, p. 14-17, 2007/04 2007.

    Autor:

    Dra. Elisa Macedo

    Dra. Elisa Macedo

    Dr. Frederico Brina
    Preceptor da Residência Medica em Geriatria do Hospital dos Servidores do Estado de Minas Gerais

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