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    Peculiaridades do exame físico do idoso – Tórax

    Peculiaridades do exame físico do idoso – Tórax

    O exame físico do idoso apresenta peculiaridades que o distingue das pessoas mais jovens. Portanto, nesse artigo, vamos destacar algumas das principais alterações observadas na região torácica. Em breve apresentaremos as alterações do aparelho cardiovascular.

    1. Peculiaridades do exame físico do idoso – Inspeção:

    a. Cifose acentuada:

    As alterações da coluna são frequentemente observadas em idosos. A cifose na mulher é comumente secundária a doenças degenerativas da coluna, sobretudo à osteoporose com fraturas. Em homens, usualmente a osteoporose é devida à causa secundária como hipogonadismo, corticoterapia, mieloma múltiplo, metástases ósseas ou alcoolismo.

    b. Tiragem:

    Constitui, em geral, manifestação de obstrução de vias respiratórias, sendo comum nos portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), especialmente na insuficiência respiratória. Pode ocorrer também em obstruções altas. No idoso restrito ao leito, dependente para se alimentar, a obstrução pode ser devida à presença de corpo estranho (prótese dentária) ou alimento sólido nas vias aéreas superiores.

    c. Ginecomastia:

    Pode ocorrer no envelhecimento normal, sendo desprovida de significado patogênico. No entanto, causas clássicas como tumores, hepatopatia e uso de alguns medicamentos, devem ser descartadas.

    d. Frequência e padrão respiratório:

    A frequência respiratória no idoso tem particular significado semiológico quando superior a 24 incursões respiratórias por minuto. A taquipneia pode preceder o diagnóstico clínico de infecção respiratória em até três a quatro dias.

    e. Expansão torácica:

    Frequentemente limitada no idoso e nem sempre oferece muitas informações.

     

    2. Peculiaridades do exame físico do idoso – Ausculta respiratória

    A ausculta respiratória é mais difícil de ser realizada em idosos, porque estes nem sempre conseguem realizar inspirações profundas.

    São frequentes as crepitações nas bases pulmonares desprovidas de significado clínico, particularmente quando desaparecem após a tosse.

    A ausculta pode também identificar ruídos resultantes de pneumopatias prévias, o que dificulta a sua interpretação diante de sintomatologia aguda.

    Em caso de pneumonia os sinais identificados à ausculta, como crepitações, nem sempre apresentam correspondência imediata com a imagem radiológica, uma vez que as alterações na radiografia de tórax podem demorar até 72 horas para se tornarem evidentes.

     

    Confira em breve o próximo artigo sobre as alterações observadas no aparelho cardiovascular.  Leia também os artigos sobre Cabeça e Pescoço, Aparelhos digestivo e urológico e membros inferiores e Sistema nervoso central.

    Autor:

    Equipe iGeriatria

    Equipe iGeriatria

    Doutor Ulisses Gabriel de Vasconcelos Cunha e Doutor Frederico Brina Corrêa Lima de Carvalho
    Dr. Frederico Brina
    Preceptor da Residência Medica em Geriatria do Hospital dos Servidores do Estado de Minas Gerais

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