Publicações

Conteúdos pela equipe iGeriatria

Receba Nossa newsletter

    Púrpura Senil caso clínico

    Púrpura Senil: Conheça mais sobre o assunto através de um caso clínico

    Neste artigo, se familiarize sobre a púrpura senil através de um caso clínico.

    Paciente, 82 anos, sexo feminino, procurou o ambulatório relatando manchas roxas em membros superiores. O aparecimento foi espontâneo, sem história de traumas.

    Na história médica pregressa apresentava hipertensão arterial sistêmica em uso de bloqueador dos canais de cálcio, anlodipina, doença arterial obstrutiva periférica com passado de angioplastia em uso de antiagregante plaquetário, ácido acetilsalicílico e estatina, rosuvastatina, osteoartrose de joelhos, em uso eventual de antiinflamatório não esteroidal, nimesulida, hipoacuidade visual secundária a degeneração macular, em acompanhamento oftalmológico

    Não havia relato de distúrbio do humor ou déficit cognitivo prévio e vivia uma vida independente na comunidade.

    Ao exame físico a paciente apresentava lesões purpúricas não palpáveis em membros superiores. O exame físico dos aparelhos cardiovascular, respiratório e digestivo não apresentava alterações.

    O rastreio cognitivo não apresentou alterações e também não preencheu critérios para depressão maior ou transtorno de ansiedade generalizada pelo DSM-V.

    Foram então solicitados exames complementares que não apresentaram alterações. O coagulograma e o hemograma, incluindo a dosagem de plaquetas foram normais.

    Assim, a impressão diagnóstica foi de púrpura cutânea não palpável, não trombocitopênica (púrpura senil).

    A paciente foi então orientada sobre a benignidade do quadro. Foi mantido o AAS devido ao risco benefício, mas foi substituído o antiinflamatório não esteroidal nimesulida por analgésico paracetamol associado a intervenções não farmacológicas.

     

    Púrpura senil

     

    A púrpura senil constitui um distúrbio do tecido conjuntivo dérmico secundário aos danos causados pela exposição crônica ao sol. Descrita inicialmente por Bateman em 1818, também é conhecida como púrpura de Bateman.

    A púrpura senil resulta do extravasamento de sangue para a derme. Esse fenômeno ocorre devido à atrofia da pele e à fragilidade dos vasos sanguíneos em indivíduos idosos, sendo exacerbado pela exposição solar crônica. As lesões usualmente estão localizadas em áreas expostas ao sol, como braços, face e pescoço. A atrofia pronunciada da pele causada pelo fotoenvelhecimento torna a rede vascular dérmica muito sensível ao menor trauma ou a força de cisalhamento.

    As lesões podem ser proeminentes entre as pessoas em uso de aspirina, antiinflamatórios não-esteróides ou anticoagulantes.

    A púrpura senil é extremamente comum na idade avançada, especialmente em idosos com pele clara e que consequentemente são mais sensíveis à exposição solar.

    A prevalência aumenta com a idade e estima-se que esteja presente em cerca de 12% dos indivíduos após os 50 anos de idade e até 30% após os 75 anos.

    As lesões geralmente estão presentes no antebraço e no dorso das mãos. No entanto, elas podem afetar outras áreas, como pernas, pescoço e face.

    A qualidade da pele ao redor é, usualmente, alterada (fina, pigmentada e inelástica), e pode coexistir outras lesões de fotoenvelhecimento, tais como lentigos e ceratoses actínicas.

    As lesões purpúricas persistem por cerca de uma a três semanas antes de se resolverem espontaneamente. Um depósito residual de hemossiderina na derme pode ocasionar pigmentação amarronzada.

    O diagnóstico é clínico e caracteriza-se por lesões purpúricas não palpáveis, não trombocitopênicas e a ausência de distúrbios sistêmicos ou hemorrágicos associados.

    A púrpura senil é uma condição benigna que não requer tratamento específico.  A melhor abordagem é a preventiva e envolve proteção contra o sol através da aplicação de filtro solar e uso de camisas de mangas compridas.

     

    Confira mais artigos em nosso blog!

    Autor:

    Equipe iGeriatria

    Equipe iGeriatria

    Doutor Ulisses Gabriel de Vasconcelos Cunha e Doutor Frederico Brina Corrêa Lima de Carvalho
    Dr. Frederico Brina
    Preceptor da Residência Medica em Geriatria do Hospital dos Servidores do Estado de Minas Gerais

    Pesquise no nosso Blog

    Ver Próximos
    Cursos