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    quedas no idoso

    Quedas no idoso: quais são as causas e como lidar?

    Quedas no idoso: quais são as causas e como lidar?

    Cair constitui uma manifestação não específica de etiologia multifatorial, que resulta da interação entre fatores intrínsecos, situacionais e ambientais. 

    Diferentemente do pensamento corrente, as quedas não são um evento normal associado ao envelhecimento, sendo que todos os episódios de quedas devem ser investigados.

    Os episódios de quedas são muito frequentes na idade avançada. Até 35% dos maiores de 65 anos, 42% dos maiores de 75 anos e 50% dos maiores de 85 anos com predominância de mulheres, reportam queda nos últimos 12 meses. 

    Mesmo entre idosos considerados saudáveis, a incidência anual de quedas pode chegar a 15%.

    Os idosos que já sofreram quedas no passado têm até dois terços de chance de experimentarem uma nova queda no ano subsequente.

    A maioria das quedas acontece dentro de casa durante atividades rotineiras.

    Cerca de 80% das mulheres preferem o óbito à trágica experiência da perda da independência e possível institucionalização que pode resultar de uma fratura de fêmur.

     

    Fatores de risco de quedas no idoso

     

    Raramente a queda decorre de um único fator e isso se torna mais verdadeiro quanto mais idoso e fragilizado for o indivíduo.

    Mesmo quando sugere acidente pode haver comprometimento das reações posturais, gerando incapacidade para corrigir o deslocamento do corpo e recuperar o equilíbrio.

     

    Extrínsecos

    A excessiva ênfase dada aos fatores ambientais como causa de queda, não tem sido comprovada em pesquisas. 

    Contrastando com os idosos frágeis, os ativos, com maior mobilidade, têm menor incidência de queda, mas com aumento da participação de fatores ambientais (extrínsecos).

     

    Intrínsecos

    • Incapacidade funcional
    • Fraqueza muscular
    • Distúrbios da marcha
    • Fatores de risco psicológicos e psiquiátricos
      • Transtornos cognitivos
      • Depressão
      • Estados ansiosos
      • Estresse e eventos psicossociais
      • Delirium
      • Quadros psicóticos funcionais
      • Negação das limitações físicas
      • Chamar a atenção
      • Medo de cair
    • Drogas
      • Psicotrópicos
      • Antidepressivos
      • Hipoglicemiantes
      • Narcóticos
      • Hipnóticos
      • Tranquilizantes maiores e menores
      • Álcool
      • Vasodilatadores 
      • Anti-hipertensivos.
      • Diuréticos
      • Digital
    • Doenças agudas e crônicas
      • Distúrbios cardiovasculares
      • Drop attack
      • Doenças crônicas

     

    Avaliação de quedas no idoso

     

    Primeiro passo

    Descartar doenças ameaçadoras a vida como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM).
    Descartar fraturas ósseas e traumatismos cranioencefálicos.

    Segundo passo

    Busca de possíveis fatores de risco responsáveis pela queda.

    Terceiro passo

    • Identificar e corrigir os fatores de risco extrínsecos, seja no domicílio ou em instituições.
    • Reabilitação por meio de fisioterapia para combater a tão comum fobia de quedas e assim manter o idoso ativo e independente na comunidade.
    • Os episódios de quedas podem constituir uma manifestação secundária a várias doenças comuns neste grupo etário, o que significa que qualquer enfermidade, proveniente de qualquer aparelho (psíquico, locomotor, digestivo, respiratório, cardiovascular, urinário, etc.) pode se manifestar como quedas em idosos
    • Usualmente, somente os idosos que caíram e sofreram fraturas é que procuram atenção médica, mas é bom lembrar que estes constituem uma minoria (< 5%). A grande maioria dos que caíram não sofrerão fraturas e muito provavelmente não procurarão por auxílio médico para elucidar as possíveis causas da queda.

    Quarto passo

    • Identificar e tratar a osteoporose.

     

    Consequências das quedas no idoso

    Além do risco de traumas físicos, as quedas levam a uma cascata de eventos muitas vezes devastadora na vida do idoso: queda, medo de cair, restrição das atividades, aumento da dependência, superproteção pelos familiares, imobilidade, diminuição da força muscular, maior risco de novas quedas, isolamento social, depressão, institucionalização e morte.

     

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    Autor:

    iGeriatria

    iGeriatria

    Dr. Frederico Brina
    Preceptor da Residência Medica em Geriatria do Hospital dos Servidores do Estado de Minas Gerais

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